2010, o ano da Juventude

7 09 2010

A ONU lançou para esse ano o tema de “Ano Internacional da Juventude“. Lançado no dia 12 de Agosto, Dia Internacional da Juventude, o tema foi criado como um pedido a todos os jovens para que participem dos assuntos globais, provendo a paz,  o respeito, os direitos humanos e a solidariedade entre povos, culturas e religiões.

O secretário-Geral Ban Ki-moon, responsável pela abertura do evento, acredita que cada jovem precisa ver o mundo além das fronteiras de seus próprios países tornando-se assim o que ele chamou de um cidadão global.

Segundo as Nações Unidas, 18% da população mundial são jovens entre 15 e 24 anos e nove em cada dez jovens vivem em países em desenvolvimento.

ONU

_

A juventude é a parte da população que abriga o maior potencial de reagir, conscientemente, aos problemas do mundo. Só falta duas coisas: vontade e a consciência.

Uma história que conheço retrata mais ou menos o que queremos tratar aqui:

“Ao entrar em um metrô, um adolescente que se encontrava extremamente revoltado com seus pais, se acentou ao lado de um homem empresário muito idoso, que acomodava um lap-top em seu colo, trabalhando com algumas estatísticas com grande dificuldade.

Ao ver o velho e sua falta de experiência com o aparelho, o jovem desparou:

– É meu velho, vocês cobram de nós com todo esse tom de superioridade, mas veja só! Nós temos hoje computadores, celulares de alta tecnologia, metrôs de velocidade absurda, aviões e prédios grandes. E vocês? Não conseguem nem ao menos utilizar um lap-top!

O velho lentamente fechou seu lap-top, olhou para o garoto de disse:

– Meu amigo, nós podemos não ter a habilidade de utilizar um computador, de manusear um celular ou de levantar um vôo. Mas tudo isso que você vê a sua volta só foi criado graças a minha geração. Enquanto vocês estão vivendo a sua juventude em folia, nós estávamos em guerra civis e mundiais. Enquanto vocês vivem seus dias de sedentarismo e comodidade em frente aos seus computadores e aparelhos de entreterimento, nós estávamos nas ruas protestando por um país melhor. Enquanto vocês já recebem tudo em suas mãos, nós lançamos todas as indústrias que possibilitaram a tecnologia que hoje vocês vêem. Meu papel já foi feito, meu caro. Está na sua vez de usar isso – lhe apresentando o computador – para fazer alguma diferença. Vocês têm mais que o dobro de recursos para fazerem isso.

O velho levanta, lhe dá um bom dia e desce do metrô rumo a seu apartamento.”


Nós somos uma juventude que possuí tudo para poder mudar esse mundo. Nós temos mais tecnologia, nós temos mais acessibilidade à meios de comunicação e informação, nós temos mais conhecimento científico. Só não temos a garra, a concientização e a mobilização para mudarmos o nosso mundo. Pode ser que a antiga geração seja a grande responsável pela poluição e degradação ambiental que vemos hoje, mas eles não tinham o conhecimento dos danos que eles causavam. Hoje nós não só temos conhecimento sobre os danos, mas também de como concertá-los.

O estudante de Relações Internacionais, Myung Jin Baldini disse à Rádio ONU que está se preparando para fazer a sua parte:

“Nós somos responsáveis pelos nossos próprios países como cidadãos do mundo, nós temos que tomar responsabilidade pelos problemas do mundo também. Estarmos conscientes de que nós podemos fazer alguma coisa”, afirmou.

Vamos tomar a responsabilidade perante o nosso mundo! Vamos nos levantar e nos conscientizar, para que em um futuro próximo nós possamos nos mobilizar para mudar, efetivamente, o nosso mundo! Seja na questão da poluição, do desmatamento, da fome, da violência, da falta de reforma sanitária. Nós seremos os responsáveis pelo mundo que nossos filhos viverão. Nós somos os responsáveis pelo futuro que o nosso mundo terá.

Juventude 2010





Tecnologia na contramão da sustentabilidade

24 06 2010

Estive interessado em comprar um novo celular de uns tempos para cá. Sempre me deparo com pessoas com celulares com telas LCD, com funções de touchscreen, me faz sentir dentro de um daqueles filmes de Tom Cruise, Minority Report, quando a personagem do ator manuseava uma grande tela hologramática com suas mãos. Enfim, me sinto completamente atrasado com o meu celular, efeito sempre vicioso que o capitalismo consumista nos faz sentir. Para aumentar a necessidade de um celular novo, o meu bom e velho celular resolveu estragar nessa semana.

Minority Report

Minority Report


Mas chega de “historinhas”. Essa introdução foi para dar só mais um dos exemplos que nos cercam todos os dias, sem nem percebermos como estamos cada vez mais entregues ao consumismo desnecessário e exacerbado. Bom, eu pelo menos consegui perceber que estava caminhando para esse erro, graças a uma reflexão extremamente radical que me atingiu hoje em plena aula de biologia. E para fazer essa matéria, baseada nessa “viagem” minha, diante a fala do professor, fiz uma boa pesquisa. Aqui vão os resultados:

A tecnologia está cada vez mais avançada. Novas funções são atribuídas a objetos que nunca imaginaríamos que alcançariam tamanha complexidade. Mas com essas novas funções, vem os maiores impactos. Vamos pegar o exemplo do meu querido “celular dos sonhos” e pensar no caminho todo que ele faz até chegar a você.


A divisão do trabalho implica que um só produto é produzido em diversos setores de produção. Ou seja, o chip deste celular vem da China. É exportado pro Brasil. No caminho disso: CO², CO², CO².  A tela LCD é fabricada no Japão e exportada para o Brasil. No caminho disso? CO², CO², CO². O revestimento de plástico por baixo da camada externa do celular é produzida no norte do país… enfim, você entende o tanto que um celular roda só para chegar até as suas mãos?

Além disso, para se criar tantas funções dentro de um aparelho tão pequeno, como um celular, materias cada vez mais delicados são necessários. Materiais mais delicados, que necessitam de um maior nível de procura e de maior utilização de recursos naturais para a sua produção. E o pior, esses componentes, menores e mais sensíveis, perdem cada vez mais em durabilidade. Durabilidade esta que não corresponde a grande quantidade de energia necessária para construí-los e para colocá-los em funcionamento.  Os computadores avançados, por exemplo, apesar de se dizerem mais econômicos, são as máquinas campeãs de consumo entre todos os aparelhos domésticos em sua fabricação!

E quando o seu aparelho “super tecnológico” se tornar ultrapassado, ou então estragar, como o meu? Você o abandonará? Jogará no lixo? Apesar da evolução dos componentes eletrônicos, é raro ver alguma companhia eletrônica se preocupar em criar componentes biotecnológico (tecnologia que permite a utilização de material biológico como plantas e animais, para fins industriais) para que isso se torne algo biodegradável ou reciclávelmente mais eficaz. Então você descarta o seu aparelho, descarta todo o esforço natural que foi dado para a sua produção, ignora todo o impacto que a produção daquele, agora velho, aparelho causou… e compra um novo, provocando um reeinício de todo esse ciclo vicioso que o avanço tecnológico não-sustentável, em parceria com o consumismo inconsequente do capitalismo, nos faz participar.

Lixo eletrônico de celulares descartados.

Lixo eletrônico de celulares descartados.

Com a facilidade de troca, preços baixos, grande variedade de modelos e facilidade de pagamento o mercado de aparelhos celulares cresceram e muito nos últimos anos, não sendo este um fator tão satisfatório assim, exceto para os fabricantes, pois quem sofre com este crescimento descontrolado de aparelhos é o planeta. São milhões de toneladas de sucatas e de baterias descartadas em locais inadequados, como nos lixões. Baterias possuem metais pesados, consequentemente estes metais vazam e contaminam os lençóis freáticos. Quem sofre com este descontrole do mercado? Não só toda a nação, não só todo o mundo, mas o nosso meio ambientel em especial.

Depois disso tudo, eu penso que não compensa ter um novo celular. Por acaso, coloquei o antigo para carregar e, milagrosamente (ou não), ele voltou a funcionar.

Reflita mais sobre os seus atos. Tudo o que você faz tem impacto no meio ambiente. Tente ser racional.