COP chega ao ‘fim oficial’ às 15h (de Brasília), sem perspectiva de acordo

18 12 2009

A COP-15 chegou ao “fim oficial” às 18 horas (15h em Brasília), sem perspectiva de acordo. Mas delegações e chefes de estado continuam negociando.

O mundo deve ter o objetivo de reduzir em 50% as emissões de gases-estufa até 2050 a partir dos níveis de 1990, de acordo com novo esboço de acordo da cúpula da ONU sobre o clima, que indica concessões às nações em desenvolvimento e a pequenas ilhas-países. A porcentagem refere-se a uma média mundial de cortes.

O esboço afirma que uma alta nas temperaturas globais deveria ser limitada a até 2°C sobre as temperaturas pré-industriais, com uma revisão em 2016 que consideraria um limite de 1,5°C.

Palavra do blogueiro:

Nesta sexta, o Basic (grupo formado por Brasil, África do Sul, Índia e China) tiveram uma reunião com o presidente Obama para discutir sobre as reduções de gases poluentes. O ponto que continuou sendo divergente foi a fiscalização dos projetos e a transparência, sugerida pelos EUA. A China rejeitou a verificação de todas e quaisquer ações por questão de soberania.

Interpretem como quiser essa briga, mas eu vejo isso como mais uma tentativa dos EUA de dominação, ainda mais quando se trata da China.

Bom, a COP chega ao seu fim oficial, porém ainda está sendo redigido o texto final pelas delegações. Espero que o que quer que saia nessa noite seja satisfatório para todos os países e, principalmente, para o futuro de nosso planeta.





‘Estou rindo para não chorar’, diz Lula

18 12 2009

Essa frase já resume bem qual foi a impressão do nosso presidente ao chegar em Copenhague. A 5ª feira passou e a conferência não apresentou nenhuma evolução.

Aqui vão algumas notícias recentes da madrugada dessa 6ª feira direto de Copenhague:

Mundo precisa de acordo sobre clima, mesmo que imperfeito, diz Obama

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta sexta-feira (18) no encerramento da Conferência do Clima que o mundo precisa imediatamente de um acordo sobre como deter o aquecimento global, mesmo que não seja perfeito.

“Mitigação, transparência e financiamento”, citou o presidente americano Barack Obama ao discursar no último dia da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. Ele disse que seu país compromete-se a “fazer a sua parte” e fará parte do fundo global de financiamento a medidas contra o aquecimento global nos países pobres, mas colocou como condição que haja acesso à informações sobre o andamento dos programas executados – algo a que países como a China impõem restrições. Para Obama, não “faz sentido” financiar projetos sem transparência. “Não sei como terão um acordo internacional se não compartilhamos informação”, disse.

Discurso de Obama diminui expectativa de acordo climático em Copenhague

A declaração de Obama foi de que seu país participaria de um fundo que financie US$ 100 bilhões ao ano a partir de 2020, mas exigindo que os países desenvolvidos informem sobre as ações empreendidas com o dinheiro, o que é rejeitado por alguns deles, como a China. Mais uma vez a Conferência se paralisou por causa de divergências de opiniões entre as diversas delegações.

Uma alternativa para o fim da conferência será a assinatura de uma espécie de declaração política para um acordo climático efetivo futuro. Mas pode acontecer, também, que nada seja assinado e os líderes mundiais saiam de mãos vazias do encontro. A Índia, por exemplo, defendeu a prorrogação das discussões para 2010.

Lula apoia acordo imperfeito

Dirigindo-se ao presidente da COP 15, Lars Lokke Rasmussen, e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Lula disse que “adoraria sair com o documento mais perfeito do mundo. Mas se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até agora”, disse o presidente.

No centro de imprensa da conferência, jornalistas de diferentes países reagiram com surpresa à dureza do discurso. Alguns chegaram a aplaudi-lo.

Porta-voz da Casa Branca é contra acordo “sem sentido”

A conclusão de um acordo sem sentido sobre o clima seria pior do que voltar de Copenhague de mãos vazias, afirmou nesta quinta-feira (17) o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. “Voltar de Copenhague com um acordo sem sentido seria muito pior do que voltar de mãos vazias”.

Segundo Gibbs, os EUA acreditam que ainda há uma chance de acordo, mas a China precisa ceder terreno para a exigência norte-americana por transparência. Ele afirmou, ainda, que se eram verdadeiros os relatos de que a China estava “empacando” um acordo climático, os EUA esperavam que o país reconsiderasse.

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Palavra do blogueiro:

Mais um dia de discussões sem consenso, é o fim que imaginamos para a COP-15. Não é de se surpreender que motivos políticos fossem interfirir em um acordo tão necessário. Em um planeta á beira de desabar, ainda persistem brigas entre pólos políticos que, mais uma vez, demonstram que isso tudo não leva a nada.

É impressionante. Nós vemos já valores estipulados, metas propostas, comprometimento dos países… não parece tão fácil simplismente oficializar tudo isso? E não é realmente tão difícil. A vontade de um acordo prevalece entre a grande maioria dos países. Mas esse é o problema, “grande maioria” não é o suficiente se almejarmos um acordo decente.

Por causa de motivos de transparência o projeto talvez desabe. E se ele desabar, não será só a imagem de um ou dois países que ficará suja. Será a de um mundo inteiro que, mesmo após tantos anos desde Kyoto, prova mais uma vez que não consegue entrar em consenso.